O que é o passado senão o caminho para o futuro?

Uma das expressões que mais reflecte a minha forma de ver a realidade é a seguinte: "Quem não conhece o seu passado não pode construir o seu futuro". A história, a experiência e vivência passada constituem a verdadeira sabedoria, na qual deve alicerçar-se a transformação da realidade, com vista ao progresso da humanidade. O passado histórico não é o nosso património colectivo mais importante, é nesse passado que vemos quem somos, de que somos feitos e do que somos capazes. Para o bem e para o mal. Contudo, não é olhar para o passado com pena do que passou, isso seria conservadorismo e passadismo. O que proponho é olharmos para o passado para enquadrarmos, contextualizarmos e compreendermos a necessidade de progredirmos, com os olhos postos no futuro. Da tese para a síntese. O passado e o presente são os únicos momentos do tempo que realmente possuímos. O futuro apenas o podemos construir, no presente, todos os dias que passam.

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Também foi assim, um dia...

"Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas; um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai; um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional, reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta.
Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula,não descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados na vida íntima, descambam na vida pública em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira à falsificação, da violência ao roubo, donde provém que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis no Limoeiro.
Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; este criado de quarto do moderador; e este, finalmente, tornado absoluto pela abdicação unânime do País.
A justiça ao arbítrio da Política,torcendo-lhe a vara ao ponto de fazer dela saca-rolhas.
Dois partidos sem ideias, sem planos, sem convicções, incapazes, vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero, e não se malgando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu no parlamento, de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar."
                Guerra Junqueiro, 1896.

sexta-feira, 21 de março de 2014

História Maximus: Imperialistas arianos e racistas

Depois de ler este texto, li o livro e...Meus amigos. Só tenho uma palavra: Que abuso!!!! Olha se eu começasse a discorrer filosóficamente sobre os preconceitos, ditos, crenças, arquétipos, deformações culturais, profissionais,  de cada pessoa? Pois é...Daria num livro destes.



Aproveitar ditos descontextualizados, referidos em cartas privadas, crenças próprias do período histórico vigente, para chegar a uma conclusão destas é fantástico. Imaginem que eu ia para os cafés apontar todos os estereótipos culturais e raciais que fazemos uns dos outros, e depois, depois caracterizava a mente de cada um (e as suas reais intenções) com base neles, fundamentando filosoficamente a minha perspectiva... Sim, dava nisto.



O Marxismo é euro centrista? É, por consequência, não por princípio. O que interessa no Marx é o método e a teoria materialista, transponível a toda a realidade mundial, nas suas diversas fases (visto que cada parte do mundo passaria por fases diversas na sua época). Uma teoria humanista e de emancipação humana nunca poderia ser considerada racista. Aliás, encontrem lá estas coisas em Lenine? Não, pois não? Porque será?



Marx não era um ser humano perfeito, obviamente que não era, mas estava muito longe de ser homófobo. Existem outros exemplos para aí. Por amor de deus, onde chega o preconceito e o radicalismos primário anti-comunista. Sabem porque é que Marxa dizia que não havia que explicar a parte má da escravatura? Porque a aceitava como má. A parte boa que ele referia, não era a sua parte boa do ponto de vista humano, referia-se ao seu papel histórico e dialético para aquilo em que se transformaram os EUA a sequência da sociedade esclavagista que foram. Só com muita maldade se retira o contrário.



Depois pegar numa carrada de analistas para discorrerem sobre três ou quatro bocas que todos mandamos na brincadeira, oh pá, esta foi demais. Ainda existe disto? Pensava que a guerra fria já tinha acabado



História Maximus: Imperialistas arianos e racistas: A loja de um comerciante de escravos na cidade de Atlanta, Georgia, nos Estados Unidos da América em 1864. Na tabuleta da mesma pode-se...

História Maximus: O Mito do "Socialismo Sueco"

Já que gosta tanto da dinâmica da história, que tal dizer antes que o "estado social" na Suécia (sem dúvida que o welfare state é uma construção de esquerda, seja cristã ou marxista) resulta da pressão que a União Soviética exerceu sobre os Paises nórdicos? Nestes países, tanto a esquerda, como a igreja, a direita e os liberais, encontraram no estado social a forma de travar o aparecimento de movimentos de massas de natureza libertária que, sem dúvida, seriam apoiados pela URSS. O mesmo sucedeu na Alemanha, na Inglaterra e, a bem dizer, em toda a escândinávia e nos países no norte da europa que mais sentiam essa pressão.



A verdade é que acabada a URSS, depressa se começou a dizer que o estado social sueco estava "falido". E não foi só na Suécia que tal sucedeu. O mesmo sucede em toda a Europa desde a entrada no século XXI.



Portanto, meu caro, o Welfare state Sueco ou Europeu nada tem de "historia da carochinha" do capitalismo, ou de formas "não gananciosas"  e "não selvagens" de capitalismo, Teve tudo a ver com a URSS e a prova disso são os EUA que, dada a distância Geográfica e a sua posição ideológica, nunca tiveram necessidade de construir Estado Social. Já a Europa... Não viessem os comunas por aí abaixo. O estado Social é uma construção resultante de uma relação de forças entre forças politicas progressistas e forças políticas capitalistas liberais e conservadoras. Essa relação de forças, antes mais favorável às forças progressistas pelo financiamento e  apoio que tinha da URSS que lhes permitia competir politicamente com as forças capitalistas (financiadas pelos EUA, Alemanha e Inglaterra), levou a que, para que não perdesse terreno, os poderes vigentes no ocidente tivessem sentido a necessidade de promover uma classe média neo-burguesa ou pequeno-burguesa que estivesse imune à luta de classes que resulta da contradição de classe existente entre dominantes e dominados. Só por isso os Países Nórdicos são o que são (mas estão a perder isso) e nós somos o que somos. Aliás, até as pseudo monarquias que servem para enfeitar se safaram, porque passaram por boazinhas e tiveram de se reformar.  Mas, meu caro, não acredite em milagres que eles não existem.



História Maximus: O Mito do "Socialismo Sueco":     " Se o homem procurasse ser bom tanto quanto se esforça por parecê-lo, sê-lo-ia, sem dúvida." - Cristina da Suécia (1...

terça-feira, 11 de março de 2014

A repetição da historia: uma nova idade média

A realidade apresentada e a realidade concreta

Toda esta questão Ucraniana tem-me forçado a uma reflexão profunda. Uma reflexão quanto às nossas capacidades de descodificação da realidade concreta, por entre uma imensidão de informações e contra-informações, de carácter propagandístico ou não, das quais nem sempre – ou quase nunca – é possível identificar os seus emissores originários e as suas reais intenções.

A grande conclusão que retiro deste emaranhado de verdades difusas e incoerentes é a seguinte: a realidade que nos é apresentada – não confundir com a realidade concreta e objectiva – é cada vez mais complexa.

Perante tal complexidade surge uma questão de grande pertinência: como não nos perdermos no meio de tanta confusão? Em que é que devemos de acreditar? Em quem?

A importância dos princípios

As questões levantadas não possuem uma resposta tão objectiva e final quanto desejável. Contudo, julgo que a resposta está mais no plano dos princípios. Para não nos perdermos teremos de remontar aos princípios.

Expliquemos melhor esta ideia, levantando uma outra questão: porque é que na idade média a humanidade encontrou a resposta em deus? Talvez porque, perante uma realidade que mudava todos os dias e que se caracterizava pela instabilidade, a crença em princípios estáveis e imutáveis (mesmo que morais, emocionais…) ajudava a encontrar um caminho por entre toda a confusão.


A mudança constante da realidade é uma característica das idades médias

Ora, a ideia de que, nunca como antes, a realidade quotidiana se caracteriza pela constante mudança, é falsa. Falsa? Sim falsa. Basta ler qualquer livro de história da idade média para perceber que a instabilidade era “a característica” dessa sociedade. O poder, as condições materiais de vida, os governantes, as fronteiras, as famílias, os amigos, mudavam a uma velocidade impressionante. A ausência de lei, de direito, de ética no plano político, fazia com que uma pessoa do povo sentisse uma insegurança tremenda quanto ao futuro. De repente, uma família com vários filhos, com uma vida estável, podia, perante uma guerra, uma desordem, um desmando ou abuso de poder, ficar sem nada.

Qual a diferença para hoje? A informação. É que hoje vivemos na sociedade da informação. E perante o excesso de informação, sentimo-nos ainda mais perdidos, principalmente quando, ao contrário do que se passava na idade média, se anunciou a morte de deus, das religiões e, ainda mais importante, numa perspectiva civilizacional, das ideologias politicas. Ou seja, aquilo que o homem medieval tinha como imutável (a religião), o homem pós moderno não tem. Sente-se ainda mais perdido.

Hoje muda tudo muito depressa? Há mil anos atrás também!

Esta ideia de instabilidade com que nos atingiram, contrária às enormes conquistas civilizacionais conseguidas durante o século XX, representa a prova maior de que entrámos, profundamente, numa idade média.

Após um século de avanços enormes, no direito, na organização do estado, na economia, na igualdade de oportunidades, na segurança social e na estabilidade da vida, o que permitiu planear o futuro e apostar na evolução individual e colectiva, com benefícios inquantificáveis para toda a humanidade, eis que se nos apresenta, como novo e moderno – qual destruição de Roma pelos bárbaros – um estado de instabilidade, que nos é vendido como inevitável e inexorável.

Provando a história que não existem inevitabilidades, que a idade média teve fim e que a resposta para a barbárie é a civilização, a verdade é que a barbárie volta sempre. De novo se anunciam as guerras territoriais, as guerras pela riqueza, as corridas ao armamento e a exploração do povo como forma de obtenção de riqueza e de submissão aos interesses das classes sociais dominantes.


A instabilidade apresentada como inevitável
nada mais é do que um instrumento de domínio social

De novo se anuncia a ganância do dinheiro como a fonte de todos os males, substituindo-se, apenas, o anterior papel da igreja. Actualmente, nesta idade média, são os mercados que representam o poder omnipresente e omnipotente que representava deus, na idade média.

Se na idade média não se podia provocar a ira divina, sob pena das maiores misérias, no século XXI, o século medieval pós moderno e pós civilizacional, não podemos provocar a ira dos mercados. Resultado? Todas as dimensões da nossa existência (trabalho, família, consumo, estado…) têm de funcionar em prol e no interesse dos “mercados”. Senão, as maiores misérias se anunciam.

Neste ponto surge mais um paralelo histórico. Se antes a vida tinha de se acomodar aos trâmites da igreja para aplacar a ira divina, agora tem de se acomodar aos mercados, senão…Misérias inimagináveis atingem os países e a humanidade.

Tanto numa, como noutra situação, a acomodação da vida aos interesses superiores de um ente supra material, não liberta ninguém da miséria. Ou seja, sê miserável porque senão, ficas miserável.

A história tende a repetir-se, porque os actores são sempre os mesmos

Na idade média, dizia-se ao povo que tinha de viver como Cristo enquanto o clero e a nobreza viviam no fausto. O povo era explorado e não podia enriquecer até porque, se tal acontecesse, castigos tenebrosos recairiam sobre os pecadores. Então, miseráveis tinham de continuar para que não fossem vítimas de uma miséria maior (como se tal fosse possível).

Actualmente dizem-nos, temos de apertar o cinto, temos de levar com a austeridade e temos de empobrecer. Se não nos tornarmos miseráveis os mercados atiram-nos com uma miséria ainda maior. Enquanto ficamos pobres para não ficarmos pobres, as classes dominantes (clero, nobreza, alta burguesia) andam no fausto como andavam na idade média anterior. E nós temos de levar com isto porque senão, ai de quem levar com ira dos mercados e dos investidores…

Hei-de voltar a este tema outra vez, contudo, julgo que esta comparação histórica, a meu ver, nada exagerada e absolutamente real, nos permite constatar o quão acelerado está o processo de “medievalização” das nossas sociedades contemporâneas. Ainda não chegámos ao extremo? Claro que não. Ainda estamos no princípio.  Mas o sentido é claramente descendente e senão o travarmos, chegamos ao extremo, com toda a certeza.

Reafirmar princípios experimentados para travar a “medievalização”

Daí que eu volte ao início, acabando como comecei. Temos de remontar aos princípios éticos, filosóficos, ideológicos e científicos. Não nos podemos perder no meio da informação difusa que nos enviam. O sistema dominante tem como objectivo a corporização da mesma ideia reaccionária que tinha a igreja nos tempos da inquisição. A ideia de que se não nos submetermos, estaremos desprotegidos face à ira de um ente superior e inatingível. Antes era o Deus católico, judaico ou muçulmano, hoje são os mercados. As classes dominantes sempre encontraram formas de domínio e exploração através do medo e da sensação de insegurança. A sua grande arma sempre foi essa, o medo do amanhã.

A grande arma de domínio é o medo do futuro

A solução, mais uma vez, é percebermos quem fomos o que tivemos e o que deveríamos ser. A solução é não termos medo do amanhã, porque o amanhã pode e deve ser construído por todos e cada um de nós. O futuro é o que nós quisermos que seja.

Assim, se os últimos 50 anos do século XX nos permitiram construir as sociedades mais justas e evoluídas de sempre, porquê abandonar esse processo? Porquê desistir dele? Porquê desistir dos princípios e das ideologias libertárias e humanistas que os corporizaram?

O tempo é de reafirmar como nunca esses princípios. O tempo é de dizer à reacção que não queremos o seu domínio. O tempo é de dizer que o caminho se faz para a frente e não para trás e em nenhum momento o atraso poderá ser visto como uma coisa boa ou desejável. O tempo é de dizer que esta estratégia de dominação pelo medo e pela instabilidade é, por demais, conhecida e indesejada. O tempo é de lutar pelo amanhã e não de ter medo dele. O tempo é nosso, é de todos os que não se acomodam.

Não prescindam dos princípios que nos deram a sociedade mais evoluída de sempre. Não prescindam dos princípios que obrigaram o capital a aplacar a sua sede sanguinária de riqueza e poder. Não permitam que apresentem ideais libertários como ultrapassados.

Um ideal progressista, humanista e libertário nunca é ultrapassado. Nunca o poderia ser.

Não prescindam a esperança num futuro melhor, senão, não vos sobra nada porque viver e lutar.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Levantamento das Invasões Americanas

Vejam se conhecem país que tenha invadido mais!
Levantamento organizado por Alberto da Silva Jones (professor da UFSC):
Entre as várias INVASÕES das forças armadas dos Estados Unidos fizeram nos séculos XIX, XX e XXI, podemos citar:


1846 - 1848 - MÉXICO - Por causa da anexação, pelos EUA, da República do Texas

1890 - ARGENTINA - Tropas americanas desembarcam em Buenos Aires para
defender interesses econômicos americanos. 

1891 - CHILE - Fuzileiros Navais esmagam forças rebeldes
nacionalistas.

1891 - HAITI - Tropas americanas debelam a revolta de operários
negros na ilha de Navassa, reclamada pelos EUA.

1893 - HAWAI - Marinha enviada para suprimir o reinado independente anexar o Hawaí aos EUA. 

1894 - NICARÁGUA - Tropas ocupam Bluefields, cidade do mar do Caribe, durante um mês.

1894 - 1895 - CHINA - Marinha, Exército e Fuzileiros desembarcam no país durante a guerra sino-japonesa. 

1894 - 1896 - CORÉIA - Tropas permanecem em Seul durante a guerra. 

1895 - PANAMÁ - Tropas desembarcam no porto de Corinto, província Colombiana. 

1898 - 1900 - CHINA - Tropas dos Estados Unidos ocupam a China durante a Rebelião Boxer. 

1898 - 1910 - FILIPINAS - As Filipinas lutam pela independência do país, dominado pelos EUA (Massacres realizados por tropas americanas em Balangica, Samar, Filipinas - 27/09/1901 e Bud Bagsak, Sulu, Filipinas 
11/15/1913) - 600.000 filipinos mortos. 

1898 - 1902 - CUBA - Tropas sitiaram Cuba durante a guerra hispano-americana. 

1898 - Presente - PORTO RICO - Tropas sitiaram Porto Rico na guerra hispano-americana, hoje 'Estado Livre Associado' dos Estados Unidos. 

1898 - ILHA DE GUAM - Marinha americana desembarca na ilha e a mantêm como base naval até hoje. 

1898 - ESPANHA - Guerra Hispano-Americana - Desencadeada pela misteriosa explosão do encouraçado Maine, em 15 de fevereiro, na Baía de Havana. Esta guerra marca o surgimento dos EUA como potência capitalista e militar mundial. 

1898 - NICARÁGUA - Fuzileiros Navais invadem o porto de San Juan del Sur. 

1899 - ILHA DE SAMOA - Tropas desembarcam e invadem a Ilha em conseqüência de conflito pela sucessão do trono de Samoa. 

1899 - NICARÁGUA - Tropas desembarcam no porto de Bluefields e invadem a Nicarágua (2ª vez). 

1901 - 1914 - PANAMÁ - Marinha apóia a revolução quando o Panamá reclamou independência da Colômbia; tropas americanas ocupam o canal em 1901, quando teve início sua construção. 

1903 - HONDURAS - Fuzileiros Navais americanos desembarcam em Honduras e intervêm na revolução do povo hondurenho. 

1903 - 1904 - REPÚBLICA DOMINICANA - Tropas norte americanas atacaram e invadiram o território dominicano para proteger interesses do capital americano durante a revolução.

1904 - 1905 - CORÉIA - Fuzileiros Navais dos Estados Unidos desembarcaram no território coreano durante a guerra russo-japonesa. 

1906 - 1909 - CUBA -Tropas dos Estados Unidos invadem Cuba e lutam contra o povo cubano durante período de eleições. 

1907 - NICARÁGUA - Tropas americanas invadem e impõem a criação de um protetorado, sobre o território livre da Nicarágua. 

1907 - HONDURAS - Fuzileiros Navais americanos desembarcam e ocupam Honduras durante a guerra de Honduras com a Nicarágua. 

1908 - PANAMÁ - Fuzileiros Navais dos Estados Unidos invadem o Panamá durante período de eleições. 

1910 - NICARÁGUA - Fuzileiros navais norte americanos desembarcam e invadem pela 3ª vez Bluefields e Corinto, na Nicarágua. 

1911 - HONDURAS - Tropas americanas enviadas para proteger interesses americanos durante a guerra civil, invadem Honduras. 

1911 - 1941 - CHINA - Forças do exército e marinha dos Estados Unidos invadem mais uma vez a China durante período de lutas internas repetidas. 

1912 - CUBA - Tropas americanas invadem Cuba com a desculpa de proteger interesses americanos em Havana. 

1912 - PANAMÁ - Fuzileiros navais americanos invadem novamente o Panamá e ocupam o país durante eleições presidenciais. 

1912 - HONDURAS - Tropas norte americanas mais uma vez invadem Honduras para proteger interesses do capital americano. 

1912 - 1933 - NICARÁGUA - Tropas dos Estados Unidos com a desculpa de combaterem guerrilheiros invadem e ocupam o país durante 20 anos. 

1913 - MÉXICO - Fuzileiros da Marinha americana invadem o México com a desculpa de evacuar cidadãos americanos durante a revolução. 

1913 - MÉXICO - Durante a Revolução mexicana, os Estados Unidos bloqueiam as fronteiras mexicanas em apoio aos revolucionários. 

1914 - 1918 - PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL - Os EUA entram no conflito em 6 de abril de 1917 declarando guerra à Alemanha. As perdas americanas chegaram a 114 mil homens. 

1914 - REPÚBLICA DOMINICANA - Fuzileiros navais da Marinha dos Estados invadem o solo dominicano e interferem na revolução do povo dominicano em Santo Domingo. 

1914 - 1918 - MÉXICO - Marinha e exército dos Estados Unidos invadem o território mexicano e interferem na luta contra nacionalistas. 

1915 - 1934 - HAITI- Tropas americanas desembarcam no Haiti, em 28 de julho, e transformam o país numa colônia americana, permanecendo lá durante 19 anos. 

1916 - 1924 - REPÚBLICA DOMINICANA - Os EUA invadem e estabelecem um governo militar na República Dominicana, em 29 de novembro, ocupando o país durante oito anos. 

1917 - 1933 - CUBA - Tropas americanas desembarcam em Cuba, e transformam o país num protetorado econômico americano, permanecendo essa ocupação por 16 anos.

1918 - 1922 - RÚSSIA - Marinha e tropas americanas enviadas para combater a revolução Bolchevista. O Exército realizou cinco desembarques, sendo derrotado pelos russos em todos eles. 

1919 - HONDURAS - Fuzileiros norte americanos desembarcam e invadem mais uma vez o país durante eleições, colocando no poder um governo a seu serviço. 

1918 - IUGOSLÁVIA - Tropas dos Estados Unidos invadem a Iugoslávia e intervêm ao lado da Itália contra os sérvios na Dalmácia. 

1920 - GUATEMALA - Tropas americanas invadem e ocupam o país durante greve operária do povo da Guatemala. 

1922 - TURQUIA - Tropas norte americanas invadem e combatem nacionalistas turcos em Smirna. 

1922 - 1927 - CHINA - Marinha e Exército americano mais uma vez invadem a China durante revolta nacionalista.

1924 - 1925 - HONDURAS - Tropas dos Estados Unidos desembarcam e invadem Honduras duas vezes durante eleição nacional. 

1925 - PANAMÁ - Tropas americanas invadem o Panamá para debelar greve geral dos trabalhadores panamenhos. 

1927 - 1934 - CHINA - Mil fuzileiros americanos desembarcam na China durante a guerra civil local e permanecem durante sete anos, ocupando o território chinês. 

1932 - EL SALVADOR - Navios de Guerra dos Estados Unidos são deslocados durante a revolução das Forças do Movimento de Libertação Nacional - FMLN -
comandadas por Marti. 

1939 - 1945 - SEGUNDA GUERRA MUNDIAL - Os EUA declaram guerra ao Japão em 8 de dezembro de 1941 e depois a Alemanha e Itália, invadindo o Norte da África, a Ásia e a Europa, culminando com o lançamento das bombas atômicas sobre as cidades desmilitarizadas de Iroshima e Nagasaki. 

1946 - IRÃ - Marinha americana ameaça usar artefatos nucleares contra tropas soviéticas caso as mesmas não abandonem a fronteira norte do Irã. 

1946 - IUGOSLÁVIA - Presença da marinha americana ameaçando invadir a zona costeira da Iugoslávia em resposta a um avião espião dos Estados Unidos abatido pelos soviéticos.
1947 - 1949 - GRÉCIA - Operação de invasão de Comandos dos EUA garantem vitória da extrema direita nas "eleições" do povo grego. 

1947 - VENEZUELA - Em um acordo feito com militares locais, os EUA invadem e derrubam o presidente eleito Rómulo Gallegos, como castigo por ter aumentado o preço do petróleo exportado, colocando um ditador no poder. 

1948 - 1949 - CHINA - Fuzileiros americanos invadem pela ultima vez o território chinês para evacuar cidadãos americanos antes da vitória comunista. 

1950 - PORTO RICO - Comandos militares dos Estados Unidos ajudam a esmagar a revolução pela independência de Porto Rico, em Ponce. 

1951 - 1953 - CORÉIA - Início do conflito entre a República Democrática da Coréia (Norte) e República da Coréia (Sul), na qual cerca de 3 milhões de pessoas morreram. Os Estados Unidos são um dos principais
protagonistas da invasão usando como pano de fundo a recém criada Nações Unidas, ao lado dos sul-coreanos. A guerra termina em julho de 1953 sem vencedores e com dois estados polarizados: comunistas ao norte e um governo pró-americano no sul. Os EUA perderam 33 mil homens e mantém até hoje base militar e aero-naval na Coréia do Sul. 

1954 - GUATEMALA - Comandos americanos, sob controle da CIA, derrubam o presidente Arbenz, democraticamente eleito, e impõem uma ditadura militar no país. Jacobo Arbenz havia nacionalizado a empresa United Fruit e impulsionado a Reforma Agrária. 

1956 - EGITO - O presidente Nasser nacionaliza o canal de Suez. Tropas americanas se envolvem durante os combates no Canal de Suez sustentados pela Sexta Frota dos EUA. As forças egípcias obrigam a coalizão franco-israelense-britânica, a retirar-se do canal. 

1958 - LÍBANO - Forças da Marinha americana invadem apóiam o exército de ocupação do Líbano durante sua guerra civil. 

1958 - PANAMÁ - Tropas dos Estados Unidos invadem e combatem manifestantes nacionalistas panamenhos.

1961 - 1975 - VIETNÃ. Aliados ao sul-vietnamitas, o governo americano invade o Vietnã e tenta impedir, sem sucesso, a formação de um estado comunista, unindo o sul e o norte do país. Inicialmente a participação americana se restringe a ajuda econômica e militar (conselheiros e material bélico). Em agosto de 1964, o congresso americano autoriza o presidente a lançar os EUA em guerra. Os Estados Unidos deixam de ser simples consultores do exército do Vietnã do Sul e entram num conflito traumático,
que afetaria toda a política militar dali para frente. A morte de quase 60 mil jovens americanos e a humilhação imposta pela derrota do Sul em 1975, dois anos depois da retirada dos Estados Unidos, moldou a estratégia futura de evitar guerras que impusessem um custo muito alto de vidas americanas e nas quais houvesse inimigos difíceis de derrotar de forma convencional, como os vietcongues e suas táticas de guerrilhas. 

1962 - LAOS - Militares americanos invadem e ocupam o Laos durante guerra civil contra guerrilhas do Pathet Lao. 

1964 - PANAMÁ - Militares americanos invadiram mais uma vez o Panamá e mataram 20 estudantes, ao reprimirem a manifestação em que os jovens queriam trocar, na zona do canal, a bandeira americana pela bandeira e seu país. 

1965 - 1966 - REPÚBLICA DOMINICANA - Trinta mil fuzileiros e pára-quedistas norte americanos desembarcaram na capital do país São Domingo para impedir a nacionalistas panamenhos de chegarem ao poder. A CIA conduz Joaquín Balaguer à presidência, consumando um golpe de estado que depôs o presidente eleito Juan Bosch. O país já fora ocupado pelos americanos de 1916 a 1924. 

1966 - 1967 - GUATEMALA - Boinas Verdes e marines americanos invadem o país para combater movimento revolucionário contrario aos interesses econômicos do capital americano. 

1969 - 1975 - CAMBOJA - Militares americanos enviados depois que a Guerra do Vietnã invadem e ocupam o Camboja. 

1971 - 1975 - LAOS - EUA dirigem a invasão sul-vietnamita bombardeando o território do vizinho Laos, justificando que o país apoiava o povo vietnamita em sua luta contra a invasão americana. 

1975 - CAMBOJA - 28 marines americanos são mortos na tentativa de resgatar a tripulação do petroleiro estadunidense Mayaquez. 

1980 - IRÃ - Na inauguração do estado islâmico formado pelo Aiatolá Khomeini, estudantes que haviam participado da Revolução Islâmica do Irã ocuparam a embaixada americana em Teerã e fizeram 60 reféns. O governo americano preparou uma operação militar surpresa para executar o resgate, frustrada por tempestades de areia e falhas em equipamentos. Em meio à frustrada operação, oito militares americanos morreram no choque entre um helicóptero e um avião. Os reféns só seriam libertados um ano depois do seqüestro, o que enfraqueceu o então presidente Jimmy Carter e elegeu Ronald Reagan, que conseguiu aprovar o maior orçamento militar em época de paz até então.* 

1982 - 1984 - LÍBANO - Os Estados Unidos invadiram o Líbano e se envolveram nos conflitos do Líbano logo após a invasão do país por Israel - e acabaram envolvidos na guerra civil que dividiu o país. Em 1980, os americanos supervisionaram a retirada da Organização pela Libertação da Palestina de Beirute. Na segunda intervenção, 1.800 soldados integraram uma força conjunta de vários países, que deveriam restaurar a ordem após o massacre de refugiados palestinos por libaneses aliados a Israel. O custo para os americanos foi a morte 241 fuzileiros navais, quando os libaneses explodiram um carro bomba perto de um quartel das forças americanas. 

1983 - 1984 - ILHA DE GRANADA - Após um bloqueio econômico de quatro anos a CIA coordena esforços que resultam no assassinato do 1º Ministro Maurice Bishop. Seguindo a política de intervenção externa de Ronald Reagan, os Estados Unidos invadiram a ilha caribenha de Granada alegando prestar proteção a 600 estudantes americanos que estavam no país, as tropas eliminaram a influência de Cuba e da União Soviética sobre a política da ilha. 

1983 - 1989 - HONDURAS - Tropas americanas enviadas para construir bases em regiões próximas à fronteira, invadem o Honduras.

1986 - BOLÍVIA - Exército americano invade o território boliviano na justificativa de auxiliar tropas bolivianas em incursões nas áreas de cocaína. 

1989 - ILHAS VIRGENS - Tropas americanas desembarcam e invadem as ilhas durante revolta do povo do país contra o governo pró-americano. 

1989 - PANAMÁ - Batizada de Operação Causa Justa, a intervenção americana no Panamá foi provavelmente a maior batida policial de todos os tempos: 27 mil soldados ocuparam a ilha para prender o presidente panamenho, Manuel Noriega, antigo ditador aliado do governo americano. Os Estados Unidos justificaram a operação como sendo fundamental para proteger o Canal do Panamá, defender 35 mil americanos que viviam no país, promover a democracia e interromper o tráfico de drogas, que teria em Noriega seu líder na América Central. O ex-presidente cumpre prisão perpétua nos Estados Unidos. 

1990 - LIBÉRIA - Tropas americanas invadem a Libéria justificando a evacuação de estrangeiros durante guerra civil. 

1990 - 1991 - IRAQUE - Após a invasão do Iraque ao Kuwait, em 2 de agosto de 1990, os Estados Unidos com o apoio de seus aliados da Otan, decidem impor um embargo econômico ao país, seguido de uma coalizão anti-Iraque (reunindo além dos países europeus membros da Otan, o Egito e outros países árabes) que ganhou o título de "Operação Tempestade no Deserto". As hostilidades começaram em 16 de janeiro de 1991, um dia depois do fim do prazo dado ao Iraque para retirar tropas do Kuwait. Para expulsar as forças iraquianas do Kuwait, o então presidente George Bush destacou mais de 500 mil soldados americanos para a Guerra do Golfo. 

1990 - 1991 - ARÁBIA** SAUDITA - Tropas americanas destacadas para ocupar a Arábia Saudita que era base militar na guerra contra Iraque. 

1992 - 1994 - SOMÁLIA - Tropas americanas, num total de 25 mil soldados, invadem a Somália como parte de uma missão da ONU para distribuir mantimentos para a população esfomeada. Em dezembro, forças militares norte-americanas (comando Delta e Rangers) chegam a Somália para intervir numa guerra entre as facções do então presidente Ali Mahdi Muhammad e tropas do general rebelde Farah Aidib. Sofrem uma fragorosa derrota militar nas ruas da capital do país. 

1993 - IRAQUE -No início do governo Clinton, é lançado um ataque contra instalações militares iraquianas, em retaliação a um suposto atentado, não concretizado, contra o ex-presidente Bush, em visita ao Kuwait. 

1994 - 1999 - HAITI - Enviadas pelo presidente Bill Clinton, tropas americanas ocuparam o Haiti na justificativa de devolver o poder ao presidente eleito Jean-Betrand Aristide, derrubado por um golpe, mas o
que a operação visava era evitar que o conflito interno provocasse uma onda de refugiados haitianos nos Estados Unidos. 

1996 - 1997 - ZAIRE (EX REPÚBLICA DO CONGO) - Fuzileiros Navais americanos são enviados para invadir a área dos campos de refugiados Hutus onde a revolução congolesa ?Marines evacuam civis? iniciou. 

1997 - LIBÉRIA - Tropas dos Estados Unidos invadem a Libéria justificando a necessidade de evacuar estrangeiros durante guerra civil sob fogo dos rebeldes. 

1997 - ALBÂNIA - Tropas americanas invadem a Albânia para evacuarem estrangeiros. 

2000 - COLÔMBIA - Marines e "assessores especiais" dos EUA iniciam o Plano Colômbia, que inclui o bombardeamento da floresta com um fungo transgênico fusarium axyporum (o "gás verde"). 

2001 - AFEGANISTÃO - Os EUA bombardeiam várias cidades afegãs, em resposta ao ataque terrorista ao World Trade Center em 11 de setembro de 2001. Invadem depois o Afeganistão onde estão até hoje. 

2003 - IRAQUE - Sob a alegação de Saddam Hussein esconder armas de destruição e financiar terroristas, os EUA iniciam intensos ataques ao Iraque. É batizada pelos EUA de "Operação Liberdade do Iraque" e por Saddam de "A Última Batalha", a guerra começa com o apoio apenas da Grã-Bretanha, sem o endosso da ONU e sob protestos de manifestantes e de governos no mundo inteiro. As forças invasoras americanas até hoje estão no território iraquiano, onde a violência aumentou mais do que nunca.

Na América Latina, África e Ásia, os Estados Unidos invadiam países ou para depor governos democraticamente eleitos pelo povo, ou para dar apoio a ditaduras criadas e montadas pelos Estados Unidos, tudo em nome da "democracia" (deles).